Quais são as fontes de receita de uma franqueadora?

Marcelo Cherto

27 Dez 2021 - 19:22

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Quais são as fontes de receita de uma franqueadora?

Marcelo Cherto

27 Dez 2021

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Durante uma análise criteriosa sobre a possibilidade de franquear o seu negócio, todo empreendedor, em algum momento, vai se deparar com dúvidas em relação às fontes de receita que terá com este novo braço de sua empresa. Afinal, expandir por meio de franquias pode ser uma forma rápida de fazer uma empresa crescer, mas nem sempre existe uma clareza sobre o quanto isso vai compensar em termos de lucratividade.

Portanto, se este tipo de dúvida tem rondado os seus pensamentos, vamos esclarecer agora quais são as principais formas de receita de uma rede franqueadora — e quais são as vantagens de cada um destes formatos.

Taxa de franquia

Nunca é demais explicar aos candidatos a participantes quais são as regras do jogo. Por isso, repetir informações que podem até parecer óbvias significa prezar pela transparência na relação com os franqueados. Então, deixemos claro que a famosa taxa de franquia é um valor cobrado apenas no início da operação, com o objetivo de cobrir os custos com o processo de admissão daquele franqueado. Algumas redes cobram esta taxa novamente após três ou cinco anos, mas não se trata de algo usual e não será uma das fontes de receita recorrente da franqueadora.

Royalties

Uma das principais fontes de receita da maioria das franquias, os royalties podem virar os vilões do negócio se não forem bem estipulados. Existem, basicamente, três formatos para a cobrança desta taxa: percentual de faturamento, valor fixo ou o maior valor entre eles. No caso de percentual de faturamento, no geral, cobra-se entre 5% e 8% do faturamento bruto da unidade franqueada, o que torna necessário um sistema de fiscalização dos rendimentos por parte da franqueadora. Este tipo supervisão não é necessário no caso da cobrança de um valor fixo, no entanto, pode ser que esta cobrança inflexível seja ou muito pesada para o franqueado caso as vendas estejam indo tão bem ou, então, não seja tão representativa para o franqueador se aquela franquia for super lucrativa. Para resolver este impasse, certas redes adotam a cobrança do maior valor, ou seja, fica estabelecido um valor fixo mínimo e, se ele for menor do que o equivalente ao percentual de faturamento pré-determinado, este prevalecerá. 

Venda de produtos

Algumas redes, porém, preferem não cobrar royalties, buscando fontes de receita alternativas. Neste caso, a venda de produtos — seja para o próprio franqueado ou para o cliente final, tendo o franqueado como intermediário — é a principal opção de ganho da franqueadora. Este tipo de operação costuma atrair a atenção de muitos franqueados por tirar a obrigação do pagamento de uma parte de suas receitas, mas não é viável para todo o tipo de negócio (em geral, os de serviço têm maior dificuldade em abrir mão dos royalties). Pode ser uma boa opção para empresas como escolas (que vendem material didático), redes de alimentação que tem produção própria (de forma que o franqueado não terá como ter outro fornecedor) e outros negócios onde a venda dos produtos da franqueadora seja fator condicionante para o negócio existir. Ainda assim, algumas redes cobram royalties mesmo com a venda de produtos, pois uma coisa não exclui, necessariamente, a outra.

Fundo de publicidade

Com o intuito de esclarecer uma confusão bastante comum, convém mencionarmos o caso dos recursos de marketing e propaganda, que podem gerar bastante polêmica em algumas redes de franquias. Então, deve ficar claro que os recursos para publicidade podem tanto estar atrelados aos royalties, como uma taxa fixa a ser paga mensalmente, como estarem desvinculados das fontes de receita da franqueadora, compondo um fundo a parte, que será usado para o bem comum da rede. Assim sendo, fica a critério de cada rede entender qual é a melhor forma de realizar a cobrança destes recursos que, no geral, não tem caráter de gerar lucro mas, sim, de fomentar o crescimento daquela rede de franquias como um todo.

Imagem de reprodução: Freepik